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Little baby get an injection

Gripe é o nome dado a uma doença contagiosa, provocada por um vírus capaz de sofrer mutações com bastante frequência: o Influenzavírus. Seus sintomas são bem parecidos com os do resfriado e da rinite alérgica, porém, são mais intensos assim impossibilitando a pessoa a fazer suas tarefas diárias habituais. Nos últimos anos, esse vírus sofreu muitas mutações que juntado com a baixa imunidade tem levado muitos pacientes a desenvolverem outras doenças e até mesmo a óbito.

Todo ano as vacinas são modificadas e aprimoradas para combaterem as cepas que foram desenvolvidas nesse intervalo entre uma campanha e outra, por isso é de suma importância tomar a vacina anualmente. Assim como os vírus sobrem essa mutação, os organismos não são os mesmos também, então precisa ser tomado a vacina adequada para esse período.

Mas vamos falar da importância da vacina para os pequenos? Sei que vacinação é um assunto que causa opiniões opostas em determinados casos, então vamos falar por aqui de acordo com as recomendações dos nossos três mosqueteiros, lembrando que é uma troca de experiências apenas!

Ela não é obrigatória no calendário de vacinação, mas é de suma importância que os pequenos tomem, principalmente os que estão no grupo de risco como os nossos meninos aqui ( 6 meses a 5 anos). A transmissão do vírus ocorre de muitas maneiras, tais como: Secreções respiratórias (falar, tossir, espirrar, qualquer ato em que haja a liberação dessas secreções), contato com superfícies contaminadas por quem já esteja com o vírus, afinal o vírus pode sobreviver várias horas em outros ambientes. O ideal é que os pequenos não tenham contato com pessoas que estejam contaminadas ou em locais onde os mesmos possam ter passado. Maçanetas, corrimãos, tomadas entre outros locais são os locais com mais indicações desses vírus, então LAVAR AS MÃOS SEMPRE antes de pegar o pequeno é essencial e MUITO importante, pois evita consideravelmente o contágio. É claro, que isso serve para os adultos também, mas com as crianças o cuidado precisa ser redobrado já que o sistema imunológico deles sãos mais fracos que o nosso.  O nosso Lipe já tomou a dele, junto com o papai e a mamãe, não tiveram nenhuma reação, apenas aquela sensação dolorida no local. A titia Naty aqui já toma há 4 anos e nunca tive reações também, mas é claro que pode ter, é normal.

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Algumas informações importantes: (Via: Vacina Contra a Gripe )

1- A Vacina contra gripe é eficaz em cerca de 89% dos casos, desde que tomada na época adequada.

2- Ela é muita segura, sendo usada em todo o mundo e não dando reações colaterais graves.

3- Cerca de 15 dias após a vacinação já começam a surgir os anticorpos que darão a proteção contra a gripe, sendo que esta proteção máxima será atingida após aproximadamente 45 dias. (por isso alguns relatam terem ficados gripados logo após a vacinação).

4- A Vacina contra gripe protege da gripe, porém, não protege dos resfriados e de outras infecções que também ocorrem no inverno e tem sintomatologia semelhante. Devemos estar atentos ao fato de que cerca de 10% dos indivíduos vacinados podem ter gripe, porém, de uma forma mais branda.

5- Todas as pessoas após os 6 meses de idade devem ser vacinadas, porém determinados grupos de risco cujas complicações secundárias são mais comuns e graves possuem preferência na vacinação. São eles:

  • Idosos a partir dos 60 anos
  • Cardiopatas
  • Indivíduos com problemas pulmonares
  • Diabéticos
  • Indivíduos com AIDS
  • Renais Crônicos
  • Gestantes a partir do 3º mês
  • Profissionais de saúde
  • Contactantes com indivíduos de risco, para que estes não sejam transmissores da doença para seus familiares

Bom, esperamos ter ajudado um pouco as mamães por ai! Embora já tenha passado a campanha, alguns postos ainda estão disponibilizando a vacina de graça para os grupos de riscos e algumas doses pagas em clinicas particulares para os demais cidadães.

 

Beijo da Titia Naty e das Mamães Campeãs!

 

 

Final de ano

A cada final de ano vem aquele sentimento… Aquele de que todo mundo tem e eu não sou diferente. É época de reflexão, de olhar pra trás, aprender com o que passou e projetar o futuro.

Comecei pensando que estava feliz por começar o ano sabendo que pela primeira vez desde que estou aqui em Floripa eu estava numa unidade educativa perto de casa, aliás, além de perto perto de casa, perto do Lipe e do Rafa. Nos anos anteriores o fato de trabalhar longe me deixara muito tempo fora, além de cansada eu estava sempre distante e isso me fazia sofrer. Aquele sentimento que todas as mulheres e mães tem, de culpa por ter que ficar longe enquanto nossos filhos crescem e a gente não pode estar junto e também não quer deixar de trabalhar e ter a profissão que tanto almejou. Mas enfim, espero que vocês me entendam.

O ano letivo começou, eu cheia de expectativas, trabalharia com turmas que ainda não tinha experiência, em lugar novo, colegas novos… Aos poucos fui me apropriando daqueles espaços e conhecendo pessoas incríveis. O Lipe teria em casa um tratamento que até então não tínhamos conseguido, era tudo maravilhoso. O Rafa e eu teríamos mais tempo para o casal e também pra nós mesmos com toda essa nova organização e a Associação Fazer Mais encaminhando toda a burocracia necessária, porém cansativa logo seria uma realidade.

Então veio o Coronavirus, que nos deixou sem saber o que fazer, cheios de medo e incertezas fomos fazendo o que era possível e pensando que logo tudo voltaria ao normal.

O que não podíamos jamais imaginar era o quanto nossas vidas estava por mudar radicalmente. Ver as pessoas pelo mundo sem poder se despedir dos seus entes queridos, uma tristeza e medo tomou conta da gente, e sei que não fui a única a sentir tudo isso!

Estar em casa 24h inicialmente foi uma loucura, trabalhar, estar com o Lipe e o Rafa, cuidar da casa, de mim e tudo ao mesmo tempo foi estressante porque tudo se misturava e não sabia mais onde começava uma coisa e terminava a outra.

Quem trabalha com a educação sabe do que eu estou falando, foi uma loucura sem precedentes! Tivemos que aprender a usar as novas tecnologias e ao mesmo tempo ter que dar conta dos alunos e famílias, além da nossa mesmo. Foi insano, parecia que eu estava trabalhando 24h por dia em 7 dias da semana, pois eram planejamentos, reuniões, cursos, aulas online, devolutivas… E ao mesmo tempo um sentimento louco de que embora estivesse me dedicando tanto, parecia que eu não estava fazendo o suficiente. Affff! Só de lembrar já fico cansada. Foi punk!

Isso tudo somado ao medo, um medo jamais experimentado. Tinha medo do Lipinho pegar e das consequências disso, a final a saúde dele é mais delicada, pois tudo nele tem uma potencialidade maior. Tive medo de pegar, de morrer e deixar meu filho e esposo, tive medo de perder amigos e familiares e aposto que com você que está lendo também sentiu.

Ao mesmo tempo tive a oportunidade de estar pertinho, mais do que imaginava. No início tudo muito corrido, pois queria dar conta de tudo e meu corpo logo deu sinal de tanto estresse. Aos poucos fomos aprendendo a lidar com a rotina, que embora exaustiva proporcionou poder observar e participar do crescimento e evolução do Lipinho, foi possível estar com meu esposo de uma forma diferente.

Sei que sou privilegiada, pude tomar sol com meu filho, ler histórias deitados no quintal entre uma reunião e uma formação online. Pude me dedicar ao término do meu trabalho de conclusão da pós graduação, tomei café da manhã com o Rafa, e fazer desse um momento bem nosso.

Foram horas intermináveis na frente do computador e celular, lendo, planejando, avaliando, registrando, fazendo tutoriais, gravando e editando vídeos, podcasts, documentos compartilhados, respondendo às famílias dos alunos, fazendo atendimentos especializados do Lipe com a APAE, usei ferramentas que nem sabia da existência e fui administrando tudo e fazendo malabarismo com cada minuto pra dar conta de tudo.

Chorei de felicidade quando recebi a primeira devolutiva dos meus alunos, enfim parecia que eu estava sendo ouvida e entendida.

Fui vendo o quanto as pessoas não levavam a sério esse vírus e fui enlouquecendo de tanto álcool 70%, quem não fez isso que atire a primeira pedra!

Nossa, foram tantos altos e baixos, me encantei com o comprometimento e empatia de alguns, me frustrei com o desleixo e egoísmo de outros…E a esperança de retomar a vida de antes indo embora com o ano. E que ano longo! Vi meu filho crescendo, fomos fazendo juntos coisas que não seriam possíveis se estivesse num tempo normal foi uma oportunidade única, pois esse tempo não voltará!

Vi nascer a Associação Fazer Mais, e sonhar com projetos incríveis; fizemos muitas coisas mesmo que remotamente, foram campanhas, doações, diálogos que nos fortaleceram e lutamos juntos por ideais que carregarei em meu ser pra sempre!

Também tive a sensação horrível de saber que meu pai estava com covid-19 e estando longe meu coração quase parou também, ainda bem que ele conseguiu superar esse momento tão difícil. Também fui sabendo que amigos estavam contaminados e graças a Deus não perdi ninguém próximo, mas senti por amigos que não mesmo privilégio.

Quanta coisa, não?

Respiro fundo pra conseguir continuar escrevendo…

Tanto tempo sem intervenção profissional presencialmente para o Lipe também gerou consequências e fomos orientados a retornar os atendimentos que embora em casa também trazem risco, mas o que não é arriscado hoje em dia? Com todos os cuidados vamos nos acostumando a viver assim, com máscara e distanciamento social, não que seja bom, mas necessário!

Mais uma vez afirmo que tenho consciência de que sou privilegiada, mas não deixei de me solidarizar com o próximo, me dediquei o quanto foi possível para que minimamente pudesse diminuir a desigualdade e me coloquei a disposição para ajudar o quanto fosse possível. Aprendi muito, olhei para mim mesma e para os outros de forma diferente, a cada dia entendo e busco ser mais empática e isso é um exercício que quanto mais se faz, mais se quer fazer.

Amadurecer dói, e dói muito pois deixamos para trás coisas e pessoas que julgávamos ser importantes, mas tudo isso para um bem maior. Com isso tudo foi possível entender que estar junto é importante, mas que saber que posso contar mesmo a distância acalentou meu coração.

Que possamos cada vez mais aproximar nossas ações do que falamos e pensamos, que nosso próximo ano seja cheio de amor e respeito ao próximo!

Gratidão 2020, que em 2021 tenhamos força para lutar pelo que acreditamos e que possamos sermos melhores para os outros e nós mesmos!

O poder da palavra “NÃO”!

Dizer NÃO nos soa sempre ruim inicialmente, pensamos na negatividade, pensamos em ser “podados”, em tristeza…

Pra mim falar “NÃO” sempre foi difícil, parecia que eu era culpada de alguma coisa por dizer “NÃO” e acabava por muitas vezes cedendo.

Foi quando o “NÃO” mais inimaginável me foi dito… Ele “NÃO” vai sobreviver. .. e não foi só esse, ainda veio junto um punhado “NÃOS” acompanhando o tal. O Luiz não vai reconhecer vocês (os pais, nem ninguém), ele “NÃO vai sequer abrir os olhos, ele “NÃO” vai se comunicar, “NÃO” vai comer, ele NÃO vai… Foi certamente o dia mais difícil que já passei na vida, foi desesperador! Meu chão caiu, meus sonhos se foram e nada mais tinha sentido, foi exatamente assim que me senti…

Com meu filho na UTI e sem saber o que mais eu podia aguentar, orei com toda a minha fé, tive o papo mais sincero que poderia ter comigo mesmo… Ainda bem tinha ao meu lado o Rafa… E juntos, decidimos olhar o outro lado daquele “NÃO”, dissemos SIM à vida, ao AMOR que tínhamos pelo Lipe!

Ouvir “NÃO” e dizer “NÃO” pode ser extremamente difícil, mas também pode ser algo que nos impulsiona!

Quando os médicos disseram tudo que o Lipe não conseguiria, nós resolvemos enxergar tudo que íamos nos esforçar para a vida quel0llll estava ali, e dizer SIM a tudo de bom que poderíamos viver juntos enquanto conosco ele estivesse.

Definitivamente não é nada fácil, lutamos todos os dias. As minhas preces pediam que ele pudesse ser um menino feliz, e hoje eu sei que ele é e sou a mãe mais realizada desse mundo por ter o privilégio de tê-lo comigo.

Nunca deixe que o “NÃO” que te digam defina qual caminho você seguirá!

Hoje o Lipe está aqui, um sapeca, cheio de vontades, se comunicando, brigando, todo carinhoso, expressivo e o que mais me deixa orgulhosa… Todo sorridente!

Olhar para o NÃO nos paralisa, deixa a gente pra baixo, é preciso acreditar e enxergar o que pode ser bom mesmo no meio da tempestade porque ela passa e o sol sempre volta a brilhar!

Pensando…

Essa semana tive a feliz oportunidade de conversar, pela primeira vez sobre a nossa história de vida (Lipe, Rafa e eu) em relação a deficiência do Lipe, Inclusão e tantos aprendizados que essa condição nos trouxe. E foi incrível poder falar dessas coisas que só quem vive sabe, e da nossa luta pelos direitos das pessoas com deficiência.
O Lipe tem deficiência, e não tenho nenhum problema em dizer isso, nunca tivemos. Infelizmente existe um preconceito velado nas pessoas, não só com os olhares, mas também em falas do tipo “nem parece”! No início eu ficava triste, agora eu fico é indignada mesmo com a falta de empatia.

E falei bastante sobre empatia, falei em se colocar no outro, em ter sensibilidade e de pensar nas potencialidades… Para que a inclusão se dê de verdade na escola ou na creche é preciso de muita paciência, cooperação, respeito e de deixar de lado o sentimento de pena, de coitadismo que algumas pessoas tem.

Sempre nos colocamos numa posição de enfrentamento, e é assim todos os dias…enfrento meus medos, angústias, enfrento desafios, falta de acessibilidade, de atendimento adequado, de humanidade… Mas por outro lado a potência do que é bom , ahhhhh… Isso é bom demais! Nossa cumplicidade, nosso amor, nossa força, nossa parceria.

Seguimos assim, o Lipe, o Rafa e eu… Cada dia é um dia, temos altos e baixos, temos nossas lutas, assim como cada um tem na vida, a diferença está em como olhamos pra tudo isso, com o MAIOR AMOR DO MUNDO.

Só coisas boas…

O ano de 2019 foi incrivelmente bom pra nós, o Lipe felizmente ficou doente poucas vezes. Você pode até pensar que isso não é nada, mas pra uma criança com tantos comprometimentos isso é uma grande vitória!
Ele evoluiu muito… Já consegue estar em lugares mais agitados, sem entrar em pânico; está se relacionando muito melhor com pessoas que ele não convive (antes ele fechava os olhos quando alguém que ele não convive se aproximava, esse safado! Kkkkk); a escoliose diminuiu; está mais comunicativo 😍; adora escovar os dentes 😁; se mexe muito mais (até chuta a gente quando contrariado 🙈); são muitos ganhos!
E eu… Eu só babo e choro de orgulho desse garoto!
Temos vivido coisas incríveis, apesar de olhares cheios de preconceito, isso infelizmente ainda existe! Mas estamos diariamente lutando por inclusão, e não é fácil!
São lugares que não conseguimos chegar, são olhares de coitadismo, são atitudes ridículas como reclamar do fato de ter direito a atendimento preferencial, afff!
Para 2020 temos grandes emoções! Meu Pirulito vai para a creche, e eu, como toda a mãe do mundo estou cheia de preocupações… De como ele vai se comportar, se vai se adaptar facilmente, nossa… quantos sentimentos! Meu bebê está crescendo, sei que será bom pra ele todas essas mudanças, acredito no potencial dele, e sei que ele vai fazer novos amigos, vai aprender e ser mais autônomo, mas isso tudo dá medo🙈! Acho até que mais no Rafa e em mim do que nele!😂😂😂
Nossas férias estão acabando, e vão ficar boas lembranças!
Ah! Pra quem ainda não sabe o Lipe é o mais novo Phelps da família, hahahah! Ele está usando óculos de natação porque está com lesão na córnea pelo fato de piscar pouco, daí o óculos faz manter a umidade dos olhinhos e ajuda a deixar menos exposto.
Seguem imagens cheias de fofura, de um garoto lindo, corajoso e com o mundo para ganhar!
#euamoalguemespecial #amordamamae #pirulito #amorincondicional #familia #criançafeliz

Mais uma lição

Eu poderia vir aqui escrever sobre como ser mãe de um menino especial não é fácil, mas hoje eu preciso dizer mais…

Descrever alguns sentimentos é quase impossível, no entanto vou me esforçar para expressar em palavras o que se passa em meu coração.

O Lipe já fez três aninhos, nessa fase as crianças com um desenvolvimento “padrão” estão falando, andando, escolhendo, comendo sozinhas, etc… E muitas pessoas me perguntam se eu não me preocupo de o meu Pirulito não estar seguindo esse “padrão”.

Sabe… Quando eu soube que ele teria muitas limitações fiquei muito pensativa sobre tudo isso, antes isso me doía profundamente.

É claro que eu gostaria que o Lipe pudesse fazer tudo que se espera que uma criança faça, não sou hipócrita, mas hoje, pra nós, o céu é o limite!

Essa semana vivemos momentos incríveis, o Lipe participou de uma gincana, meu coração ficou cheio de alegria quando percebi que ele estava gostando.

Eu toda preocupada com o barulho, que até pouco tempo atrás deixava ele nervoso e inquieto, me surpreendeu de uma maneira especial, ficou atento, olhando tudo, participou das brincadeiras e voltou pra casa com uma cara de “lindo” todo feliz!

Nós com nossos preconceitos idiotas, escondidos de nós mesmos subestimamos sem querer, mas as vivências estão me ensinando a cada dia que basta querer, basta lutar, basta dar uma chance, e acreditar que as coisas mais incríveis acontecerão.

Ele está aqui pra me dizer, mesmo sem falar uma só palavra: MÃE, EU POSSO!

OBRIGADA, MEU FILHO!

#inclusao # lipe #euamoalguemespecial #estimulacao #superacao

Quase três

Há três anos atrás, eu ainda sentia o meu Pirulito mexer dentro de mim… Uma sensação indescritível!

Carregar um filho na barriga pela primeira vez é uma das coisas mais intensas que que vivi, é um misto de sentimentos os quais fazem nós mulheres, seres especiais.

Somos o templo sagrado da criação humana, cheias de hormônios loucos, hahaha!

Enfim, eu já no fim da gravidez, ansiosa, feliz e cheia de medos. Logo meu Lipe estaria em meus braços e isso me deixava emocionada.

Lembro desse dia com nitidez, tomando sol com o Rafa e a Gigi, nossa sobrinha junto de nós. Ela olhava a minha barriga toda emocionada com o “pimo” que estava por chegar. Ela frequentemente me perguntava: “Ele te cabexa?”, “Ele tem pé?” Enquanto alisava minha grande barriga🥰.

Nossos corações cheios de amor e espectativas, últimos preparativos na organização do quarto, malas prontas pra o hospital, essas malas que eu revisava umas duzentas vezes por dia🙈 , coisas de mãe de primeira viagem.

Esse dia foi especial e lembrarei dele com carinho, nesta mesma semana estivemos no hospital, mas ainda não era a hora.

O tempo passa mesmo de pressa, lembro de quando eu era criança e ouvia dizer que o tempo voava, e na minha cabeça eu pensava: “Isso é coisa de adulto!”

Hoje estou aqui, 33 anos e vendo essa foto me dei conta de que o tempo realmente VOA!

#historias #gravidez #maternidade #espera #vidareal #maedemenino #sentimentos

Acredite…

Antes de ser mãe eu não acreditava, de verdade que alguém com um filho especial poderia ser realmente feliz.

Olhava as pessoas com aquele sentimento de “coitado”, “que triste “.

Sério… eu achava mesmo isso, e ainda mais. Como uma mãe com um filho com deficiência iria ser feliz?!

Como?

Tendo noites de preocupação… com uma pessoas que não consegue nem se alimentar sozinha, respira com dificuldades, não fala, escuta e enxerga pouco.

“O filho dela está numa cadeira de rodas”!

Como?

Como ela consegue sorrir com o filho ali daquele jeito?

Hoje… tendo meu Lipe com quase 3 aninhos penso: como não ser feliz?

A vida ensina, ela nos mostra o sentido das coisas, o valor e não o preço.

Acredite, sou realmente FELIZ, meu sorriso é o mais sincero quando estou com Ele, o meu coração é o mais vibrante quando penso nele. O nosso amor é o mais puro que já consegui sentir.

Quando se tem um filho tudo muda!

Muda de verdade!

Eu não sou só uma mãe de uma criança especial, Eu sou MÃE!

Mãe de uma criança linda, que sorri e se comunica de um jeitinho todo especial.

Sou mãe de uma menino que embora não saia correndo por aí, é um sapeca! Sabe do jeito dele me dizer que também me ama.

O segredo é deixar o AMOR te invadir e ter a coragem de enfrentar o que a vida tem pra você.

Você pode escolher entre se lamentar e se afundar na sua tristeza e egoísmo ou LUTAR COM TODAS AS SUAS FORÇAS, acreditar na felicidade, dar valor a cada conquista.

Ser as pernas, a voz, os ouvidos… ser as mãos que alcançam, o olhar que fala, poder ser tudo que o seu filho precisa com o coração aberto, sem preconceito ou medo do que os outros vão pensar.

É duro, é realmente muito duro!

As pessoas vão olhar pra você e dizer: “coitadinho”. E elas não vão só dizer, elas vão julgar, vão evitar aproximação, os”amigos e até familiares ” vão ter medo de pegar seu filho no colo e alguns até vão deixar de te visitar.

Como falei antes, é duro!

Mas saiba também que tem muita gente boa nesse mundão, tem gente amiga que vai te dar o apoio que você nem imaginava que teria, que vai te dar a mão, um sorriso quando precisar, que vai querer dar muito carinho para o teu filho. Vai encontrar gente que não está nem aí para o preconceito, que vai olhar o seu filho como a criança que ele é, nada mais, vai saber que mesmo com limitações ele só precisa de atenção, carinho e alegria.

É o AMOR que move as pessoas, eu acredito nisso!

E a parte boa é tão boa, é tão MARAVILHOSA que tudo isso vai valer a pena.

Acredite!

Tudo que eu faço (achei esse post que não tinha publicado, de setembro de 2017).

Ter um filho já é a coisa mais linda e intensa que alguém pode ter na sua vida… fico até imaginando quem tem mais de um!🙂Olhando tudo que aconteceu desde a chegada do Lipe percebo nitidamente que tudo que eu faço, mesmo indiretamente tem ele como principal intensão. Sei que muitas pessoas falam sobre o como suas vidas mudam quando se tem filhos… e agora vivendo tudo isso posso confirmar essa máxima. Penso nele quando acordo, quando como, enquanto tomo banho, quando estou trabalhando e acontece alguma coisa… em fim, tudo que faço estou de algum jeito fazendo pra ele e ou por ele.Quando digo essas coisas não quero parecer alguém que não sou e sim alguém que vem se formando enquanto MÃE e mulher. Faz quase duas semanas que estou com problemas de saúde, comecei com inflamação nos ouvidos, depois uma surdez e agora com tonturas decorrentes do primeiro problema. E to contando isso pra chegar onde queria… até nesses momentos eu pensei nele…Pra mim uma das coisas mais lindas que fazemos juntos é quando no meio da noite ele se vira para o meu lado e me abraça… bem apertado e quer dormir grudadinho. Isso não tem preço! E tem sido assim… tudo que eu faço tem sido por ele… Sei que tenho que ter minha vida… e até quando vou pra zumba penso que tenho que estar bem… pra ELE.O Lipe é meu maior motivo de viver e querer estar bem para fazê- lo FELIZ!

Chateada

Há uns dias atrás o Lipe estava com problemas respiratórios, e depois de conversar com a pediatra decidimos que seria prudente levá- lo à emergência do Hospital Infantil. O Luiz tem asma e andava com dificuldade para respirar, e tinha uma febre persistente. Enfim… fomos para o Hospital! Fico sempre apreensiva com a possibilidade de internação, só quem já passou uma dessas situações sabe o quanto é complicado… Logo quando chegamos, coloquei o Lipe na cadeira de rodas e nos dirigimos ao guichê, a emergência estava cheia! Fui falando o que ele estava sentindo e avisei que ele tem Paralisia Cerebral. Sendo assim, ele tem prioridade, pois estando com febre alta o risco de convulsão é ainda maior. O rapaz gentilmente nos avisou para aguardar que logo o Lipe faria a triagem… então fomos os próximos. Infelizmente na ignorância de algumas pessoas que ali estavam, ( e eu entendo que NINGUÉM quer estar numa emergência com seu filho), nos olharam com “aquela raiva”, alguns comentários tipo: “vai passar na frente? Mas acabou de chegar!” Eu naquela preocupação com o Lipe que estava todo dodói, ali na cadeira de rodas (que agora somos obrigados a usar porque ele está enorme e pesado) tendo que ouvir aqueles murmúrios desagradáveis… affff! Que vontade de sentar e chorar…Como as pessoas podem?Quanta dificuldade em se colocar no lugar do outro? Obviamente o que nós menos queríamos era que a saúde do nosso filho fosse tão delicada!Definitivamente não queríamos que ele precisasse de prioridade. O fato é que ele tem, e esse é um DIREITO DELE, não meu de esperar menos… Quanta insensibilidade do ser humano!Então… fomos atendidos conforme deveria, o Luiz recebeu o atendimento adequado, mas saí daquele ambiente refletindo… que triste que é um ser humano não ter EMPATIA, não conseguir compreender e olhar para as necessidades do outro. É claro que entendo o que NINGUÉM gostaria de estar naquele lugar, com uma criança precisando de atendimento, mas isso não dá o direito de ser menos humano com o próximo. Quanto ao Lipe, recebeu um atendimento ótimo, fomos pra casa aliviados de ele estar sendo tratado, embora uns dias depois precisamos voltar pois ele ainda não estava melhor. Precisou de medicação mais forte, e agora graças a Deus está respirando muito bem.

Eu sei que ainda vamos passar por muitos momentos de preconceitos, intolerância, comentários infelizes, mas foi só um desabafo de mãe 😉#euamoalguemespecial #diagnósticonaoedestino

Ainda dói

A gente passa pelas coisas e precisa ser forte, é a única opção!Mas mesmo quando tudo passou e não se pode voltar atrás, o que vivemos ainda está vivo dentro de nós.

Eu não tinha pensando nisso antes, até quando uma conversa me fez voltar…

Foi uma conversa linda… mas doeu! Começamos falando sobre como temos orgulho de filho que temos e de como ele nos fez enxergar o mundo de outra maneira. Foi então que me vi, nitidamente dentro do hospital, lavando as mãos pra entrar na UTI NEONATAL, ali…ansiosa pra ver meu filho e ao mesmo tempo com medo.

Foi como se eu tivesse realmente lá, senti o cheiro, ouvi as vozes, senti tudo de novo… lembrei de cada detalhe e minhas lágrimas já não eram possíveis de conter.

Mesmo estando deitada do lado do meu Pirulito, vendo o quanto ele está lindo e forte, todo mocinho, cheio de manias… Mesmo ali, juntinho senti tudo de novo.

As memórias estão vivas dentro de mim, os sentimentos de tudo que vivemos…o medo, a angústia, as incertezas.

Incrível como nosso cérebro guarda tudo, cada detalhe!

Vendo meu filho hoje tão bem, rindo, brincando, brigando, me faz ver o quanto somos capazes de superar, aprender e se reinventar. Porque o que vivemos faz parte de quem somos hoje.

#maescampeas #sentimentos #amorincondicional #euamoalguemespecial